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Gravação e mixagem da música Kirilenko – Aeromoças e Tenistas Russas

por Gustavo Koshikumo

Dia 5/2/2010
Local – Estúdio Massa Coletiva
Horário: 15h – 18h

Essa foi a primeira gravação de banda feita no pré-estúdio Massa Coletiva. Queria fazê-la usando 100% softwares livres, mas a placa Fast Track Pro estava viajando com o Jovem numa oficina de Web Rádio. Tive que usar minha placa MBox2, que não roda em Linux – na verdade, existe um driver para ela, mas não consegui fazer funcionar nem a pau. Portanto, usei a Mbox2 no Protools para a gravação.  A mixagem vai ser toda feita no Ardour.

A placa tem 2 canais pré amplificados e mais uma entrada e saída estéreo digital Spidf. Felizmente, tenho um player/gravador stereo de dat (Tascam Da-30) que tem entradas balanceadas analógicas e saída digital spdif. Liguei então em 2 canais da mesa Behringer 1222 e mandei pra cada um dos canais de saídas auxiliares, entrando no dat e saindo digital para a placa. Portanto, tinha 4 canais para trabalhar, todos com phantom power.

Como não tenho canal suficiente, tampouco sala ( e nem microfone, diga-se de passagem), seria bem difícil gravar ao vivo. Me pareceu que a alternativa que teria o melhor resultado seria gravar tudo separado. Eu pessoalmente, sempre prefiro fazer isso, pra dar mais atenção a cada instrumento depois.

Infelizmente, lesei e esqueci de tirar fotos da banda gravando, de como posicionei os microfones e dos equipamentos usados. Na próxima eu lembro!

Pra começar, queria fazer uma guia gravando batera, baixo, guitarra e teclado todos separados em 1 canal cada. Pra isso, peguei a saída de linha dos amplificadores de baixo e guitarra e uma das 2 saídas do teclado. A bateria microfonei com um microfone over. Na pressa, dei uma lesada e gravei a guitarra e o teclado juntos. Mas tudo bem, rolou. Fizemos uns 3 takes de guia. Como a sala de gravação não tem isolamento acústico, fica muito difícil monitorar os instrumentos durante a gravação, principalmente por causa do volume da bateria. Acabei deixando passar uns erros de tempo da guitarra e do teclado, que só percebi quando já havia desmontado tudo pra gravar a bateria. Isso dificultou um pouco o trabalho do Nilo, baterista. Fica aqui a lição, pelo menos pra mim: dar mais atenção na hora de fazer a guia!

A bateria é uma velha de guerra BASIX (dá pra conferir a foto dela no post do upgrade do estúdio), vintage (ô). Os pratos, eu não anotei e não lembro, depois coloco aqui. A caixa era uma Pinguim, bem da hora. Segue os detalhes das peças usadas na bateria:

Caixa Pinguim (pinho) 5×14 pol esteira 30 fios (na verdade 29 pq um soltou) peles luen dudu portes coated
Splash 8pol octagon (nao tem o nome da linha)
Condução 20pol Orion solo pro master
Ataque 16 pol orion serie vizius
Chimbau 14pol Octagon groove
Baquetas 7A Nova (vic firth) Hikory
Bloco sonoro (o grande, nao sei o tamanho) Liverpool

Microfonei a bateria da seguinte maneira:

Over L: behrincer C2
Over R: AKG C2000B
Caixa: Audio Technica (não sei o modelo, é meio antigo, tipo um Sm57)
Bumbo :AKG D5 (coloquei o microfone dentro do bumbo, em cima da espuma que abafa)

Os mics de Over, apesar de serem bem diferentes um do outro ( um com diafragma largo e outro mais direcional ) deram um som legal. A som da caixa foi uma surpresa pra mim. Já tinha previsto que precisaria fazer umas substituições do som da caixa e do bumbo na pós produção. Mas o som da caixa ficou bem legal com esse mic, e acho que só vou complementar depois com um som da esteira, gravado com o mesmo mic. O bumbo, como já era de se esperar, não ficou com um puta som. O AKG D5 é bastante usado para voz feminina ao vivo, ou seja, nada a ver com  bumbo. Provavelmente terei que complementar o som dele com outro som de bumbo.

No geral, o som da batera ficou melhor que o esperado. Acho que o som da sala melhorou bastante depois do upgrade também.

Bom, terminamos a gravação, dei um tapinha nos volumes e fomos pro baixo. O baixo era um fender precision modelo especial de 60 anos – massa! – , com um som bem bom. O Juliano (baixista), usa um Fuzz da EFX nessa música, alternando com som clean. O Fuzz é um fuzz do caralho mesmo, e pra gravação tivemos um certo trampo pra achar um timbre que encaixasse na música – ao vivo sempre funciona, mas no estúdio é diferente, sabe como é.

Tínhamos 2 opções: gravar microfonando como AKG C2000B o amplificador (um Staner de 200 W, simples) e passando por Simulamp da Hobbert. Decidimos gravar os 2 juntos, ao mesmo tempo, usando um pedal de delay com saída estéreo, em bypass (só pra usar as 2 saídas). Gravamos primeiro o som limpo, na música inteira. Depois, gravamos a música inteira de novo com o Fuzz ligado o tempo todo, já que o Juliano não tinha definido 100% aonde o fuzz entraria. O som microfonado ficou bem mais interessante do que na linha pelo pré-amp. Pretendo mixar os 2 sons juntos, pra obter algo com mais peso. Vamos ver.

Nos próximos dias vamos gravar a guitarra e o teclado. Assim que eu tiver mais resultados eu posto, e depois, a música pronta!

Dia 9/2/2010
Local – Estúdio Massa Coletiva
Horário:
8h (da manhã, vê se pode)

Hoje as gravações começaram cedo. Vamos gravar teclado e guitarra.
Começamos pelo teclado, que faz bastante base harmônica e climas espaciais. O teclado era um Korg X50. A gravação foi bem simples e rápida, um LR entrando direto por linha. O Gustavo Hooligan já tava bem ensaiado, já tinha os timbres definidos e não tivemos grandes dificuldades, apesar de termos gravado 7 canais stereo, só de teclado:

– hammond
– synth 1
– synht 2
– synth 3
– som espacial 1
– som espacial 2
– som espacial 3

É. Pois é. Muitas teclas, muitos timbres. Dá nisso.
Enfim. Agora é a vez da guitarra, a “cerejinha do bolo”, segundo Hardy, o guitarrista/saxofonista da banda. Ele usou uma Tagima SSS e um amplificador Fender, além de seus pedais. Segue as especificações:
– guitarra strato tagima captação original (modelo TG 735)
– pedal handmade efx time machine delay
– pedal handmade efx faux phase
– pedal handmade efx tremolo vintage e pulse
– pedal overdrive/distorção jackhamer marshall
– pedal expressão wah-wah cry baby dunlop
– cabo p10 santo angelo (nacional)
– palheta jazz II dunlop
– encordoamento d`addario calibre 011
– Amplificador Fender Princeton Chorus (reverb de mola)
Para captação, usei o AKG D5 e o C2000B no amp, pra depois decidir qual usar na mix.
Na começo da música, com um trimbre clean, foi usado um delay e um tremolo, ambos da EFX. Já nessa primeira parte da música, achamos que o som da guita ficaria bem sumido em relação ao baixo com fuzz e os milhoes de canais de teclado. Gravamos então outro canal da guita limpa usando outro captador da guita, pra ficar um pouco diferente o timbre. Fizemos a dobra em quase todas as partes da guitarra, e ficou bem bom!
No geral, a gravação foi bem tranquila. A parte mais difícil – mas que foi mais fácil do que eu esperava – foi a bateria. Com tudo gravado, é hora de transportar os arquivos do pro-tools para o Ardour. O próximo passo é a mixagem.
Dia 23/02/2010
Local – Estúdio Massa Coletiva
Horário: Dia inteiro

Essa é minha primeira mix usando Linux, Ardour, Jamin, Jack. Por toda minha vida, sempre usei Cubase, Reason, Pro-Tools – tudo pirata. Apesar disso, já estou bastante confortável com o Ardour, pois andei trabalhando bastante nele com outras coisas – que não eram músicas – e pesquisando bastante também. Mas me lembro bem que no início sempre tive preconceito de tentar experimentar softwares livres. Assim que comecei a usar e querer aprender vi que realmente era preconceito… e preguiça também. O uso dos softwares livres casa perfeitamente com a ideologia do Circuito Fora do Eixo, e é obrigação nossa usar essas plataformas.
Bom, mas vamos pra mix:

Todos os softwares e plugins usados podem ser baixados pelo Synaptic. Colocarei todos os print screen com os parâmetros dos plugins no fim.

Começando pela bateria.
Como já previsto, o som do bumbo era o mais preocupante. Na caixa, apesar de ter gostado do som, faltava aquele som de esteira. Gravei então o bumbo com o AKG C2000B a uns 50cm de distância da pele de resposta, pra captar um som mais cheio. Depois, com o mesmo mic, captei o som da esteira da caixa. Dessa vez eu usei outra caixa, da Basix mesmo.
Tempos atrás, já tinha pesquisado um plugin para Linux tipo o Drumagog, que substitui e/ou soma outros sons em tracks de bateria. Mas, para meu desespero, não consegui achar (se alguém souber, por favor: massa.som@gmail.com).  O que eu fiz então? Colei bumbo por bumbo, caixa por caixa, a mão. Deu um trampo, mas valeu a pena. As duas peças ficaram com muito mais presença na mix.
De resto, foi bem básico. Eq e compressor em todos os tracks e reverb também, menos no bumbo. A única coisa além disso foi inverter uma parte dos canais de over da bateria, no tempo 1:58.

Com a bateria encaminhada, passei pro baixo. Já tinha decidido junto com o Ju quais partes seriam com Fuzz. Já editei essas partes pra ter uma idéia de como o peso de cada track se comportaria em relação com a outra na mixagem.

Assim como na bateria e em quase todo o resto do mix, só usei EQ e compressão. Não coloquei reverb no baixo também. Ouvindo a mix com bateria e baixo tava bem legal. Mas ainda me preocupava o Fuzz, que era bem sujo e pesado, e que poderia atrapalhar quando todos os instrumentos estivessem abertos. Mas tudo bem, vamos nos preocupar com isso depois.

Teclados. Como os timbres já vêm praticamente prontos, não mudei muita coisa. Apenas no sytnh que entra a 0:45 coloquei mais plugins além do EQ. Achei o timbre desse synth muito reto, muito limpo. Em um dos canais (gravei stereo, 2x mono) coloquei um plugin de simulação de amplificador, o que adicionou drive. Pra dar mais uma temperada, coloquei um plugin de tape delay.

Nas guitarras, também apenas EQ e compressão e reverb, já que havíamos gravado delay, tremolo, etc.

Bom, feito isso, é hora de escutar tudo junto com mais atenção ao conjunto. Durante a mix já faço isso, mas como é a parte mais importante da mixagem – todo mundo soando bem, sem atrapalhar ninguém – gasto bastante tempo. É hora de fazer automações de volume, pan, tirar certas frequencias, etc. Sou meio viciado em aumentar certas frequencias pra dar mais brilho ( entre 2 a 5k ). O Edu do Pegada já tinha me dado esse toque, e eu tb já estava ligado desse meu problema. Re-ouvindo, percebi que realmente tinha exagerado, e dei uma aliviada nessas frequências.

A essa altura, meu computador fraco já estava peidando. Com a mix pronta, exportei um LR wav 44.1kHz, 16bits.

Resolvi passar essa mix pelo Jamin, um software maravilhoso de masterização. Como nunca tinha usado esse software, minha primeira master ficou um tanto comprimida demais. Edu me deu esse toque também. Fiz outra, pegando mais leve no limiter e deixando a música com mais dinâmica. Dei um tapinha bem de leve em umas frequências também.

Print Screens de todos os plugins, por canal,sessões, Jack e Jamin:

Bumbo

Bumbo Extra

Caixa Pele

Caixa Esteira Extra

Over L

Over R

Baixo Clean

Baixo Fuzz

Guita Distorção L

Guita Distorção R

Guita Clean L

Guita Clean R

Teclado 3 LR

Teclado 1

Teclado 2 L

Teclado 2 R

Reverb

Send

Sessão Mix Inteira 1

Sessão Mix Inteira 2

Jack

Jamin 30 band EQ

Jamin DHEQ

Jamin Compressor Curves

Sessão Master

E eis o resultado: Kirilenko. – MP3 –  WAV

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